Imagine um soldado que, por engano, ataca um colega de exército pensando que ele é um inimigo. Triste, né? Pois essa é uma ótima maneira de entender as doenças autoimunes. Nosso sistema imunológico é como um exército que protege nosso corpo contra invasores. O problema é quando ele se confunde e ataca nossas próprias células saudáveis, achando que são ameaças.
O Que São Doenças Autoimunes?
Uma doença autoimune acontece quando o sistema imunológico erra e começa a destruir tecidos saudáveis do corpo. Esse “errinho” pode levar a doenças que não têm uma cura definitiva, mas que podem ser controladas para reduzir os sintomas e manter o sistema imunológico funcionando bem.
Exemplos de Doenças Autoimunes
Existem mais de 80 doenças autoimunes! Algumas das mais conhecidas são:
- Diabetes tipo 1;
- Esclerose múltipla;
- Doença de Crohn;
- Doença celíaca;
- Tireoidite de Hashimoto.
Essas doenças podem ser desencadeadas por uma combinação de predisposição genética e fatores ambientais, como o estresse. Elas envolvem mecanismos inflamatórios que podem causar inflamação crônica e danos a articulações, cartilagens e ossos. A maioria das doenças autoimunes é crônica, mas algumas podem ser controladas com tratamentos. Se você conhece alguém ou já ouvir falar sobre a doença e quer compreendê-la acompanhe esta semana, pois irei detalhar por aqui várias questões nutricionais que podem auxiliar no tratamento e na redução dos sintomas!
Controlando as Doenças Autoimunes
A maioria das doenças autoimunes é crônica, mas muitas podem ser controladas com tratamento. Se você conhece alguém com uma doença autoimune ou quer entender mais sobre o assunto, fique por aqui! Vou detalhar várias questões nutricionais que podem ajudar no tratamento e na redução dos sintomas.
Alimentação e Doenças Autoimunes
Vamos mergulhar um pouco mais fundo na relação entre alimentação e doenças autoimunes. A dieta tem um papel crucial tanto na prevenção quanto no controle dessas condições. Escolhas alimentares adequadas podem ajudar a aliviar os sintomas e a reduzir a inflamação, enquanto alimentos inadequados podem piorar a situação.
A Importância de uma Dieta Anti-inflamatória
Alimentos com propriedades anti-inflamatórias são essenciais para pessoas com doenças autoimunes. Eles ajudam a reduzir a inflamação crônica, um dos principais componentes dessas doenças. Alguns dos alimentos mais recomendados incluem:
- Frutas e vegetais: Ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais. Aposte em frutas como berries (morango, mirtilo, framboesa) e vegetais de folhas verdes (espinafre, couve, brócolis).
- Peixes gordurosos: Salmão, sardinha e atum são ricos em ômega-3, que têm fortes propriedades anti-inflamatórias.
- Azeite de oliva: Extra virgem, de preferência. Rico em ácidos graxos monoinsaturados e antioxidantes.
- Nozes e sementes: Fonte de gorduras saudáveis e nutrientes essenciais.
Alimentos a Evitar
Assim como alguns alimentos ajudam, outros podem piorar os sintomas das doenças autoimunes. Entre os principais vilões estão:
- Alimentos processados: Cheios de conservantes, aditivos químicos, açúcar e gordura trans. Eles podem aumentar a inflamação e sobrecarregar o sistema imunológico.
- Glúten e lactose: Muitas pessoas com doenças autoimunes têm sensibilidade ao glúten (proteína encontrada no trigo) e à lactose (açúcar do leite). Mesmo que você não tenha uma intolerância diagnosticada, pode ser benéfico fazer um teste de exclusão.
- Açúcar refinado: O excesso de açúcar pode aumentar a inflamação e afetar negativamente o sistema imunológico.
- Óleos vegetais refinados: Como óleo de soja e óleo de milho, que contêm altos níveis de ácidos graxos ômega-6, podem promover a inflamação.
Alimentos Funcionais
Além de evitar certos alimentos, incorporar alimentos funcionais na dieta pode trazer grandes benefícios. Esses alimentos oferecem mais do que apenas nutrição básica – eles ajudam a melhorar a saúde geral e a prevenir doenças.
- Probióticos: Alimentos fermentados como iogurte, kefir, chucrute e kombucha ajudam a manter o equilíbrio saudável das bactérias intestinais, o que é crucial para um sistema imunológico forte.
- Alho e cebola: Contêm compostos que têm propriedades anti-inflamatórias e fortalecem o sistema imunológico.
- Cúrcuma: Rica em curcumina, um poderoso anti-inflamatório natural. Pode ser adicionada a chás, sucos ou usada como tempero em pratos diversos.
- Gengibre: Conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Estratégias Dietéticas Específicas
Para quem vive com doenças autoimunes, não basta apenas conhecer os alimentos bons e ruins. É essencial adotar estratégias dietéticas específicas que possam maximizar os benefícios de uma alimentação saudável. Vamos explorar algumas dessas estratégias:
Dieta de Eliminação
A dieta de eliminação é uma técnica eficaz para identificar alimentos que podem desencadear ou agravar os sintomas de doenças autoimunes. Funciona da seguinte maneira:
- Elimine alimentos suspeitos: Corte alimentos potencialmente problemáticos, como glúten, lactose, soja, milho, e outros alergênicos comuns.
- Reintrodução gradual: Reintroduza os alimentos eliminados um de cada vez, monitorando cuidadosamente qualquer reação ou retorno dos sintomas.
- Observação e ajuste: Com base nas reações, ajuste a dieta permanentemente para evitar os alimentos que causam problemas.
Dieta Paleo Autoimune (AIP)
A Dieta Paleo Autoimune é uma versão mais restritiva da dieta Paleo, desenvolvida especificamente para ajudar pessoas com doenças autoimunes. Essa dieta:
- Remove alimentos inflamatórios e alergênicos: Como grãos, leguminosas, laticínios, açúcares refinados, alimentos processados e aditivos alimentares.
- Foca em alimentos nutritivos: Inclui carnes magras, peixes, frutas, vegetais, gorduras saudáveis, e alimentos fermentados.
- Reintroduz alimentos cuidadosamente: Após um período de eliminação, os alimentos são reintroduzidos um a um para identificar possíveis desencadeadores.
Sobre a dieta paleo
A Dieta Paleo oferece mais do que uma lista de alimentos permitidos e proibidos. Estudos têm demonstrado que ela pode auxiliar na perda de peso, controle de açúcar no sangue e redução de inflamações. Ao escolher alimentos naturais, minimamente processados e ricos em nutrientes, a Dieta Paleo pode desempenhar um papel vital na promoção da saúde
cardiovascular e na prevenção de doenças crônicas.
A Dieta Paleo é um convite para resgatar hábitos alimentares saudáveis do passado, moldando um futuro mais equilibrado e vibrante. Ao alinhar nossas escolhas alimentares com a natureza, estamos nos aproximando de uma vida saudável e cheia de energia. No entanto, é importante lembrar que cada indivíduo é único, e é aconselhável buscar orientação de um
profissional de saúde antes de iniciar qualquer mudança dietética significativa. Continue acompanhando nosso blog para obter mais informações confiáveis e embasadas em evidências sobre a Dieta Paleo e seus benefícios.
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Consumo de Alimentos Anti-inflamatórios
Priorizar alimentos anti-inflamatórios é crucial para manter o equilíbrio e reduzir os sintomas. Aqui estão alguns exemplos de como incorporá-los em sua rotina:
- Smoothies de frutas e vegetais: Combine berries, espinafre, gengibre e cúrcuma para um potente smoothie anti-inflamatório.
- Saladas coloridas: Misture uma variedade de vegetais de folhas verdes com nozes, sementes, e um molho feito com azeite de oliva extra virgem.
- Peixes gordurosos grelhados: Inclua salmão, sardinha ou atum em suas refeições pelo menos duas vezes por semana.
- Chá de cúrcuma e gengibre: Uma bebida quente e reconfortante que pode ser consumida diariamente.
Suplementação
Em alguns casos, a suplementação pode ser necessária para garantir que você está recebendo todos os nutrientes de que precisa. Alguns suplementos que podem beneficiar pessoas com doenças autoimunes incluem:
- Ômega-3: Suplementos de óleo de peixe ou algas podem ajudar a reduzir a inflamação.
- Vitamina D: Especialmente importante para pessoas que vivem em áreas com pouca exposição solar.
- Probióticos: Para manter a saúde intestinal e o equilíbrio do microbioma.
- Antioxidantes: Como a vitamina C, vitamina E e coenzima Q10, que ajudam a combater o estresse oxidativo.
A relação entre alimentação e doenças autoimunes é complexa, mas compreendê-la pode ser um divisor de águas no manejo dessas condições. Adotar uma dieta rica em alimentos anti-inflamatórios, evitar alimentos que agravam os sintomas e considerar estratégias dietéticas específicas pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida. Lembre-se, cada corpo é único, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Portanto, é sempre uma boa ideia trabalhar com um profissional de saúde ou nutricionista para desenvolver um plano alimentar personalizado que atenda às suas necessidades específicas.
E aí, que tal começar hoje mesmo a fazer pequenas mudanças na sua dieta para ver grandes resultados na sua saúde? Lembre-se: cada passo na direção de uma alimentação mais saudável é um passo na direção de uma vida melhor!
Vitamina D e Doenças Autoimunes
A principal fonte de vitamina D é a exposição ao sol. Alguns alimentos, como óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo e peixes como atum, sardinha e salmão, também fornecem vitamina D, mas em menores quantidades. A vitamina D desempenha várias funções, como o metabolismo do cálcio, a mineralização óssea e a melhora do sistema imunológico.
Protocolo de Coimbra
O Dr. Coimbra desenvolveu um protocolo que utiliza doses elevadas de vitamina D para tratar doenças autoimunes, especialmente a esclerose múltipla. Esse tratamento vai contra a abordagem tradicional de usar imunossupressores e tem mostrado ser altamente eficaz. O protocolo envolve a ingestão de altas doses de vitamina D, uma dieta livre de alimentos ricos em cálcio e muita hidratação. Apesar de controverso, esse método tem ajudado muitos pacientes a controlar suas doenças autoimunes de forma eficaz.
Nutrição Funcional e Doenças Autoimunes
A nutrição funcional pode ser uma grande aliada no tratamento de doenças autoimunes. Ela ajuda a modular o sistema imunológico e a melhorar os sinais e sintomas dos pacientes. Por exemplo, uma dieta rica em antioxidantes (como vitaminas E e C, betacaroteno, selênio, coenzima Q10, ômega 3, e ácido lipoico) pode ser benéfica. Além disso, adequar os níveis de vitamina D é essencial, já que ela tem efeitos anti-inflamatórios e promove a autotolerância imunológica.
Conclusão
Compreender como esses processos metabólicos funcionam e saber que podemos controlar nosso metabolismo através da dieta (e do exercício) nos permite viver sem a obsessão de contar calorias. Se estivermos comendo comida de verdade na maior parte do tempo e no contexto certo, nossos corpos vão se ajustar de forma saudável e confortável. Vamos nessa jornada juntos, aprendendo e fazendo escolhas mais inteligentes para uma vida mais saudável!
Referencias:
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