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A Dieta Cetogênica: Uma Jornada Histórica, Científica e Inspiradora

A dieta cetogênica, ou keto diet, como é conhecida em inglês, ganhou popularidade nos últimos anos como uma estratégia para perda de peso e melhoria da saúde. No entanto, sua história é muito mais profunda e fascinante do que muitos imaginam. Ela nasceu não como uma moda passageira, mas como uma solução médica para condições graves, como a epilepsia e o diabetes. Hoje, sua aplicação vai além do tratamento de doenças, mas também carrega consigo mitos e equívocos que precisam ser esclarecidos. Vamos explorar essa jornada, desde suas raízes históricas até os desafios atuais.


As Origens da Dieta Cetogênica: Um Alívio para a Epilepsia

No início do século XX, um fenômeno curioso chamou a atenção dos médicos: crianças com epilepsia severa experimentavam uma drástica redução das crises durante o jejum prolongado. Em 1921, o endocrinologista H. Rawle Geyelin apresentou ao mundo um estudo revolucionário, demonstrando os benefícios do jejum para o controle da epilepsia. No mesmo ano, o doutor James Gamble descobriu que duas substâncias aumentavam na urina dos pacientes em jejum: o beta-hidroxibutirato (BHB) e o acetoacetato, conhecidos como corpos cetônicos.

Foi nessa época que surgiu a ideia de replicar os efeitos do jejum sem privar os pacientes de calorias. A doutora Mynie Peterman, da renomada Mayo Clinic, teve uma epifania: uma dieta rica em gorduras, com baixa presença de carboidratos e consumo moderado de proteínas poderia simular o ambiente metabólico do jejum. Assim, nasceu a dieta cetogênica terapêutica.

Os resultados foram surpreendentes. Crianças antes atormentadas por convulsões passaram a viver com qualidade e estabilidade. A conexão entre corpos cetônicos e função neurológica tornou-se um marco na história da medicina. No entanto, a descoberta da insulina e o desenvolvimento de medicamentos para epilepsia nos anos seguintes fizeram com que a dieta cetogênica fosse, por décadas, deixada em segundo plano.


A Epifania da Dra. Mynie Peterman: Simulando o Jejum

Ainda na década de 1920, a Dra. Mynie Peterman, da Mayo Clinic, teve uma ideia revolucionária: e se fosse possível simular os efeitos do jejum através de uma dieta específica? Assim nasceu a dieta cetogênica, uma alimentação pobre em carboidratos, moderada em proteínas e rica em gorduras. Os resultados foram surpreendentes: crianças com epilepsia intratável tiveram suas convulsões drasticamente reduzidas ou até eliminadas.

A chave para o sucesso da dieta estava nos corpos cetônicos, que se mostravam eficazes no controle das crises epiléticas. No entanto, tanto os carboidratos quanto as proteínas reduziam a produção desses compostos, pois estimulavam a liberação de insulina. Por isso, a dieta cetogênica terapêutica exigia um rigoroso controle desses macronutrientes.


O Renascimento da Dieta Cetogênica e os Mitos do Emagrecimento

Nos anos 1970, o médico Robert Atkins trouxe a dieta cetogênica de volta ao holofote, incorporando-a em sua famosa abordagem low-carb. No entanto, Atkins enfatizava que a cetose não era necessária para perder peso. O objetivo das fitas medidoras de corpos cetônicos era apenas garantir que a ingestão de carboidratos estivesse suficientemente baixa. Essa distinção, no entanto, se perdeu com o tempo.

Nos últimos anos, a dieta cetogênica ressurgiu com força, impulsionada por avanços tecnológicos que permitiram a medição precisa dos corpos cetônicos no sangue e no ar expirado. Essa nova capacidade criou uma verdadeira obsessão por altos níveis de BHB, levando à adoção de dietas com quantidades excessivas de gordura e baixa presença de proteínas. O grande erro? Confundir a cetose como uma condição essencial para o emagrecimento.

Se essa premissa fosse verdadeira, qualquer alimento que aumentasse a insulina impediria a perda de peso. No entanto, sabemos que alimentos ricos em proteínas estimulam a liberação de insulina, mas, ao mesmo tempo, favorecem o emagrecimento. Além disso, vários estudos demonstram que dietas hipocalóricas promovem a perda de peso independentemente da proporção de carboidratos, gorduras ou proteínas.


A Popularização da Dieta Cetogênica nos Dias Atuais

Nos últimos cinco anos, a dieta cetogênica ganhou destaque como uma estratégia para emagrecimento. Avanços tecnológicos permitem medir os níveis de corpos cetônicos no sangue com precisão, o que gerou uma obsessão por alcançar níveis elevados de BHB. No entanto, essa abordagem pode ser enganosa. A dieta cetogênica foi originalmente desenvolvida para tratar doenças neurológicas, e sua aplicação para perda de peso requer cuidados.

Um erro comum é acreditar que a cetose é essencial para emagrecer. Estudos mostram que dietas low-carb não cetogênicas podem ser tão eficazes quanto as cetogênicas, desde que haja um déficit calórico. A cetose pode reduzir o apetite, mas o fator determinante para a perda de peso é a restrição calórica, não os níveis de corpos cetônicos.


Cetose vs. Emagrecimento: O Que Realmente Importa?

A ideia de que “tudo o que eleva a insulina engorda” levou à criação de dietas low-carb com excesso de gordura e pouca proteína. Isso foi um equívoco. Proteínas, apesar de elevarem a insulina, são essenciais para a perda de peso, pois aumentam a saciedade, preservam a massa muscular e reduzem a fome. Além disso, dietas não cetogênicas também podem promover emagrecimento, desde que hipocalóricas.

Um estudo de 2006 comparou dietas cetogênicas e low-carb moderadas, concluindo que não há vantagem metabólica significativa na cetose para a perda de peso. Outro estudo, publicado em 2021, reforçou essa ideia, mostrando que a restrição calórica é o fator mais importante, independentemente do nível de cetose.

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O Papel da Proteína: O Verdadeiro Aliado do Emagrecimento

A teoria do alavancamento proteico, proposta por Simpson e Raubenheimer, ajuda a explicar por que dietas ricas em proteínas são tão eficazes. A proteína age como um freio natural do apetite, reduzindo a fome e o consumo calórico espontaneamente. Além disso, ela preserva a massa magra e evita a redução drástica do metabolismo, conhecida como termogênese adaptativa.

Estudos demonstram que dietas ricas em proteínas promovem maior saciedade, reduzem a fome e ajudam na preservação do metabolismo. Isso significa que uma abordagem low-carb bem formulada deve priorizar o consumo adequado de proteínas, ao invés de minimizar esse nutriente para favorecer a cetose.

Portanto, aumentar a gordura na dieta, como sugerem alguns, pode ser contraproducente para quem busca emagrecer. O ideal é focar em uma dieta equilibrada, com proteínas adequadas, carboidratos moderados e gorduras saudáveis.

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Conclusão: Cetose Não é o Objetivo Final

A dieta cetogênica é uma ferramenta poderosa, mas não deve ser vista como uma solução mágica. Seu uso para emagrecimento requer entendimento e equilíbrio. A cetose é uma consequência, não a causa da perda de peso. O foco deve estar na qualidade dos alimentos, no déficit calórico e na manutenção de hábitos saudáveis.

Em meio à avalanche de informações sobre dietas, buscar conhecimento e entender os princípios fisiológicos por trás das estratégias nutricionais é fundamental. Afinal, a verdadeira revolução da saúde está em encontrar um caminho equilibrado e eficaz, sem se deixar levar por mitos ou modismos passageiro.

Assim, antes de embarcar em uma dieta cetogênica, é essencial questionar: qual é o seu objetivo? Se for emagrecer, lembre-se de que a balança e a fita métrica são seus melhores indicadores, não os níveis de corpos cetônicos. A verdadeira transformação começa com conhecimento e consciência.


Referências:

  1. Bugaj, A. M.; Kackley, M. L.; Crabtree, C. D. (2021). Effects of a ketogenic diet on body composition.

  2. BUGA, A.; KACKLEY, M. L.; CRABTREE, C. D. et al. (2021). The Effects of a 6-Week Controlled, Hypocaloric Ketogenic Diet, With and Without Exogenous Ketone Salts, on Body Composition Responses. Front. Nutr., v. 8, 24 mar. 2021.

  3. CHRISTOPHERSON, T.; D’AGOSTINO, D. (2015). The Origin (and future) of the Ketogenic Diet – Part 1. In: WOLF, R. Revolutionary Solutions to Modern Life.

  4. DRUMMEN, M.; TISCHMANN, B. G.-C.; FOGELHOLM, A. R. et al. (2020). High Compared with Moderate Protein Intake Reduces Adaptive Thermogenesis and Induces a Negative Energy Balance during Long-term Weight-Loss Maintenance in Participants with Prediabetes in the Postobese State: A PREVIEW Study. The Journal of Nutrition, v. 150, n. 3, pp. 458-463, mar. 2020.

  5. HALL, K. D. (2019). The Potential Role of Protein Leverage in the US Obesity Epidemic. Obesity: A Research Journal, v. 27, n. 8, 16 maio 2019.

  6. Johnston, C. S.; Tjonn, S. L.; Swan, P. D. (2006). Low-carbohydrate diets: Are they effective for weight loss?

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  8. Simpson, S. J.; Raubenheimer, D. (2005). Obesity: The Protein Leverage Hypothesis.

  9. SKOV, A. R.; TOUBRO, S.; RONN, B. et al. (1999). Randomized Trial on Protein vs Carbohydrate in Ad Libitum Fat Reduced Diet for the Treatment of Obesity. International Journal of Obesity, v. 23, pp. 523-536, 1999.

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  11. WESTERTERP-PLANTENGA, M. S.; LEJEUNE, M. P.; NIJS, I. et al. (2004). High Protein Intake Sustains Weight Maintenance after Body Weight Loss in Humans. International Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders, v. 28, n. 1, pp. 57-64, 2004.

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